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Duas vezes Milazzo pelas Editoras Figura e Trem Fantasma

O artista italiano Ivo Milazzo terá duas obras lançadas por duas editoras diferentes. A primeira é “Um Dragão em Forma de Nuvem”, lançamento pela Editora Figura em campanha no Catarse. E o segundo é “Tina Modotti – Reflexos de uma vida”, lançado pela Trem Fantasma através do Clube do Trem e que já está sendo entregue.

Milazzo é um dos criadores de Ken Parker, famosa série de quadrinhos western que o lançou ao estrelato. Inicialmente publicada pela Sergio Bonelli Editore (então Editoriale Cepim), Ken Parker é atualmente publicado pela Editora Mythos no Brasil. Mas sua carreira vai muito além e entre outros trabalhos de sucesso está “O homem das Filipinas” publicado na coleção Um Homem, Uma Aventura, Welcome to Springville e Tiki – O Menino Guerreiro, obra que conta a história de um jovem indígena Carajá que viu sua aldeia ser dizimada devido às obras da Rodovia Transamazônica. O trabalho de Milazzo também pode ser visto nas séries da Bonelli Nick Raider, Mágico Vento e também no Tex Gigante #13 – Sangue no Colorado.

Em 2014 Milazzo publica pela Edizioni NPE Un Drago a Forma di Nuvola (Um Dragão em Forma de Nuvem), quadrinho que está sendo lançado pela Editora Figura em 104 páginas coloridas, capa dura em formato 20×26 cm. A obra na verdade é um roteiro de filme inédito do diretor italiano Ettore Scola, que desistiu de levá-lo ao cinema e em vez disso, procurou Milazzo para quadrinizá-lo. Scola é o diretor de sucessos como “Nós que nos amávamos tanto” e “Feios, sujos e malvados”. Um  Dragão em Forma de Nuvem chegou a ser oferecido à editoras brasileiras quando Milazzo esteve no Brasil em 2013 no FIQ, mas nenhuma teve interesse

A proposta de realizar o quadrinho surgiu justamente no momento em que Milazzo buscava novos desafios criativos. A obra conta a história de Pierre, um bibliófilo talentoso que vive na parte de cima de sua Livraria, L’Encrier et la Plume (O Tinteiro e a Pena), em Paris. Cria sua filha, Albertine, tetraplégica desde a infância. Albertine não anda, não se move e não fala, mas é uma das vozes narrativas da trama. Ela vê o pai às voltas com as dificuldades de mantê-la e analisa tudo sem autoindulgência. É alimentada por um acervo literário inesgotável que a torna irônica e brilhante. Passa as tardes ouvindo a Norma, de Bellini, com a soprano Maria Callas.

A vida de Pierre é marcada por uma rotina tranquilizadora de pequenos hábitos. Porém, quando uma jovem entra em seu caminho, sua vida muda completamente. Milazzo comenta no texto introdutório que estará na edição da Figura, que o roteiro o levou às lágrimas. “A história, aparentemente desprovida de reviravoltas, mas contendo uma situação humana completamente singular, expressa uma sensibilidade existencial que envolve quem a lê”.

Em 2021 Milazzo cria mais uma grande obra, “Tina o Maria – Riflessi di una vita”, que será publicada pela Editora Trem Fantasma com o título “Tina Modotti – Reflexos de uma vida”. A obra tem colaboração de Anna Rita Graziano nos textos e foi publicada também pela Edizioni NPE.

Na conturbada primeira metade do século XX, Tina Modotti (1896 – 1942) foi uma das figuras mais fascinantes de sua época. Estrela em Hollywood, fotógrafa, guerrilheira e espiã. Viveu intensamente entre paixões, perigos e artes. Modotti sempre esteve envolta em mistérios e, nessa obra, descortinam-se os fatos que contribuíram para a construção da lenda. Como fotógrafa, por exemplo, enquanto vivia no México, Tina envolveu-se progressivamente no ativismo político, testemunhando a exploração da classe trabalhadora desde a infância, aprendendo sobre as condições precárias do povo de uma nação que recentemente havia saído de uma revolução.

Milazzo explica que a ideia de uma história em quadrinhos dedicada a Modotti partiu do roteirista de televisão, Valerio Peretti Cucchi. Interessado na figura de Modotti desde a década de 1990, num período histórico em que as informações sobre a fotógrafa eram ainda mais nebulosas do que hoje e seu nome havia caído no esquecimento da história,  Peretti mencionou seu projeto a Milazzo dias antes de sofrer um ataque cardíaco.

A ideia permaneceu engavetada até a esposa de Peretti, Anna Rita Graziano – que aparece como co-autora do quadrinho – solicitar a Milazzo que realizasse o projeto. Milazzo então iniciou um difícil trabalho de pesquisa histórica sobre Modotti, que teve o ponto alto quando recebeu a colaboração de uma comissão de Udine, Itália, terra natal de Tina, dedicada à memória da ativista e fotógrafa. Milazzo encontrou então uma bibliografia curta e de fácil acesso, que o ajudou a compreender os acontecimentos pessoais e políticos de Modotti.

Reflexos de uma Vida narra os momentos marcantes e mais bem documentados da vida de Modotti, através de uma série de episódios que valorizam sua história humana e colocam a mulher no centro, antes mesmo de seu compromisso político e social. A história de Milazzo restaura assim a imagem de uma figura “de olhar triste”, como a descrevem muitos biógrafos, misteriosa, fascinante, mas testada pela dor de muitas perdas emocionais, causada por ter sido testemunha ocular de um período histórico muito feroz. Uma mulher que lutou para encontrar uma dimensão existencial que estivesse próxima dos seus próprios ideais éticos e políticos.

Um dos diferenciais da obra, é que Milazzo incluiu as fotos originais de Tina entre os quadros da história. A edição publicada pela Trem Fantasma tem 112 páginas em cores e preto e branco, no formato 20x28cm e está disponível no link do Clube do Trem: https://celcash.celcoin.com.br/editorafantasma/tinamodotti

Um  Dragão em Forma de Nuvem está em campanha no Catarse e pode ser apoiado até o dia 5 de julho pelo link: https://www.catarse.me/milazzo_micheluzzi

 

A Confraria Bonelli junto à Editora Trem Fantasma fará uma Live neste domingo (9), a partir das 20 horas para falar da obra Tina Modotti – Reflexos de uma vida. A live contará com a participação de Marcello Fontana e Guido Morais, editores da Trem Fantasma, Silvio Raimundo, fã e tradutor e a cartunista Lu Vieira, e será mediada por Ricardo Elesbão. Durante a live será sorteado um bookplate autografado por Ivo Milazzo para membros do Clube do Trem.

Mythos anuncia a publicação de Ken Parker

Em live realizada nesta terça-feira (20) no Canal Mythológico, a editora Mythos anunciou a publicação de Ken Parker. Obra máxima de Giancarlo Berardi e Ivo Millazo. Ken Parker estava sendo publicado desde 2000 pela Editora Cluq.

Coleção referência da Mondadori.

A Mythos pretende lançar a edição com base na coleção publicada pela editora italiana Mondadori. Foram 50 volumes com duas histórias cada. Estes volumes compilam toda a série regular, a série publicada em Ken Parker Magazine, os especiais até a última edição publicada por Berardi e Millazo, Até onde vai o amanhecer.

Segundo Joana Rosa Russo, responsável pelo Marketing da Mythos, a pré-venda tem início em junho e as edições serão no formato e tamanho de As Grandes Aventuras de Tex, (apesar da edição da Mondadori ser em formato maior), com capa dura e uma média de 200 páginas, preto e branco. A editora disse que dará mais detalhes sobre a edição em lives na próxima semana.

OST/Original Soundtrack: Ken Parker, de Giancarlo Berardi e Ivo Milazzo

TEXTOMárcio Grings (Memorabilia)

Arte: Ivo Milazzo.

Player ilustra referências musicais do HQ western

Quem acompanha os sites Memorabilia e Confraria Bonelli já deve ter percebido — essa já é a terceira postagem (em apenas duas semanas) sobre o anti-herói western Ken Parker, personagem das HQs criado pelos quadrinistas italianos Giancarlo Berardi (roteiro/argumento) e Ivo Milazzo (ilustrações).

Ouça tambémJulia Kendall soundtrack

Review: Ken Parker – “Até Onde vai o Amanhecer”

TEXTOMárcio Grings (Memorabilia)

IVO MILAZZO - Ken Parker - originele art. - W.B. | Ken parker ...

Após um longo tempo fora, sempre é revigorante voltar para casa. 1908, depois de duas décadas confinado numa prisão, atravessando a passagem do novo século atrás das grades, seria esse o sentimento de Ken Parker ao cavalgar cabisbaixo e pensativo sob o céu de Montana? Assim como nos diz Steve Judd (Joel McCrea) em “Pistoleiro do Entardecer” (1962) —  “Tudo que quero é uma boa razão para voltar para casa”. Mas por qual razão? Certamente, ele ainda lembra do Montana da sua juventude, mas provavelmente não sabe se alguém ainda o espera. Afinal, por onde andaria Teddy, seu filho? Casa! — Que casa? Imagine um homem acostumado a descansar o corpo usando as amplas planícies como estrado e as estrelas como teto? Vinte anos antes, assim vivia Ken. Por outro lado, do mesmo modo que Rooster (John Wayne/Jeff Bridges) em “Bravura Indômita” (1969) ou Will Munny (Clint Eastwood) em “Os  imperdoáveis” (1992), Ken Parker surge sexagenário e aparentemente exausto nas páginas iniciais de “Até onde vai o amanhecer” (CLUQ/2019), derradeira publicação do anti-herói western após 40 anos de circulação pelas bancas e livrarias do país. Compre pelo e-mail cluq@terra.com.br.

Salve Ken!

TEXTO: Márcio Grings (Memorabilia)

Publicidade para o lançamento de KP / Junho 1977

Desde os primórdios da história norte-americana, até a segunda metade do Século XX, várias vezes a Europa conquistou ou foi conquistada pela América. Essa viagem pelo Oceano Atlântico, com partidas e chegadas de ambos os lados, ainda continua a seguir um interessante percurso. A exemplo do que ocorreu com a Inglaterra nos anos 1960, quando diversos músicos promoveram resgates do Delta/Chicago blues para recriá-los como símbolo de renovação do rock mundial; na Itália, por intermédio de cineastas como Sérgio Leone, o faroeste, filme de aventura por excelência, é revitalizado, isso após o consequente declínio do gênero em Hollywood. Assim, obras como “Três homens em conflito” (1968) e “Era uma vez no Oeste” (1969), apogeu do spaghetti western, também impulsionaram uma nova produção de longas-metragens do gênero nos Estados Unidos. Não estou afirmando que os italianos ‘ensinaram’ os americanos a rever o ‘bang-bang’, mas sem dúvida essa retomada emprestou novo gás para produções como “Meu ódio será tua herança” (1969), de Sam Pechinpah e “Butch Cassidy” (1969), de George Roy Hill, entre outros, mantiveram o gênero em evidência com sucesso de crítica e público. No entanto, quanto aos quadrinhos western, aí o buraca da bala é bem mais embaixo. Os italianos dão um banho nos yankees!

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