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O próximo Tex Gigante

Em junho foi publicado o Tex Gigante #40 – Sierrita Mountains (Montanhas de Sierrita), com roteiro de Jacopo Rauch e desenhos de Giuseppe Palumbo. Segundo o Cronograma de Publicações da Mythos, publicado no Blog do Tex, o lançamento deste Tex Gigante tem previsão para ser lançado em Outubro no Brasil.

Rauch é roteirista de Zagor e de algumas histórias do próprio Tex. Os desenhistas são sempre as grandes estrelas dos Tex Gigantes, e Palumbo é o artista principal desta edição. Começou a carreira em 1984 e em 1986 publicou a primeira aventura de seu principal personagem, Ramarro e depois começou a publicar na famosa revista Frigidaire.

Desde 1990 começou a dar aulas na Escola de Quadrinhos de Milão ao mesmo tempo em que trabalhava com agências de publicidade. A partir de 1994 começa a trabalhar na Sergio Bonelli Editore desenhando o personagem Martin Mystère. Em 2001, junto a Alfredo Castelli refez a primeira história de Diabolik: O Rei do Terror: o remake. Aqui ele inicia uma longa colaboração com o personagem.

Em Sierrita Mountains acompanhamos Selina, uma jovem que está fugindo de seu passado e alguém quer silenciá-la para sempre! Um assassino solitário e implacável é apaixonado por ela, um fora da lei que quer vingar seu irmão, morto por caçadores de recompensas contratados por um chefe sem escrúpulos. Tex e Carson estão no encalço de todos e os destinos irão se entrelaçar nas montanhas de Sierrita.

Sobre o convite para fazer o Gigante, Palumbo comenta, “a emoção começa quando chega o convite e mais ainda quando eu ver minha edição ao lado da de Magnus (Tex Gigante #13 – O Vale do Terror), cujo Texone eu fui ver quando ele começou a desenhá-lo”. Palumbo confessa que não é um leitor de Tex, “li muitos números no passado, mas não me considero um leitor assíduo. Respeito seu enorme alcance na cultura popular italiana”, ressalta.

Sobre o que mais gostou de desenhar em Sierrita Mountains, Palumbo ressalta que são as paisagens, “os enormes espaços abertos que visitei há anos. E depois os rostos e movimentos, a atuação e o dinamismo dos personagens da história: do protagonista ao último figurante”.

 

Tex – A Cavalgada do Destino

Atenção: Esta resenha está repleta de Spoilers.

Em maio foi publicada pela Editora Mythos Tex 655/20 – A Cavalgada do Destino. Edição com 132 páginas coloridas com argumento de Graziano Frediani, roteiro de Mauro Boselli e desenhos de Claudio Villa coloridos por Matteo Vattani. A edição original, publicada pela Sergio Bonelli Editore, #755 foi publicada em setembro de 2023, mês em que Tex comemorou 75 anos de publicação.

Cavalgada do Destino é uma aventura eletrizante em que Tex e os pards investigam o massacre de uma tribo indígena Cherokee. Um grupo de políticos interessados em tomar posse das reservas de petróleo, localizadas nas terras Cherokee os eliminam usando a tática de cobertores infectados. Isso lembra você de alguma coisa?

Sim! O Juramento.

Cavalgada do Destino é uma sequência direta de um dos maiores clássicos de Tex lançado em 1969 por Gianluigi Bonelli com desenhos de Aurelio Galleppini. A história narra a morte da esposa de Tex, Lilyth e a busca por vingança do ranger.

Em O Juramento, os empresários Brennan e Teller organizam um plano macabro, enviando para a reserva Navajo cobertores infectados de varíola, provocando uma epidemia na tribo. Os executores do plano são três indivíduos: Tucker, Sherman e Higgins. Tucker é morto pelos indígenas, Sherman abre o bico e conta quem são os mandantes, Tex o obriga a ir embora pelo deserto apenas com um cantil de água e uma pistola carregada com uma bala. Higgins é espancado e abandonado no deserto.

Teller morre em um tiroteio e Tex persegue Brennan até Nova Orleans onde o vilão acaba morrendo em um final épico. Esta história foi publicada pela Mythos na Coleção As Grandes Aventuras de Tex – A Morte de Lilyth, em 2019.

Em A Cavalgada do Destino, os pards são convocados por Ely Parker para investigar o caso da reserva Cherokee. Durante a investigação, Tex descobre que o autor do crime foi Higgins, o mesmo responsável pela epidemia da tribo Navajo e que Tex havia deixado “morrer” no deserto. Um dos membros do grupo que tem interesse nas reservas de petróleo Cherokee é o senador Kurtzmann, maior inimigo de Ely Parker.

Ely S. Parker

Ely S. Parker é um personagem real, viveu de 1828 a 1895. É um indígena do povo Sêneca. Formado em Engenharia, Ely foi comissionado como tenente-coronel durante a Guerra Civil Americana, quando serviu como ajudante e secretário do General Ulysses S. Grant. Foi ele quem escreveu a versão final dos termos de rendição dos Confederados em Appomattox. Mais tarde em sua carreira, Parker ascendeu ao posto de Brigadeiro-General Brevet.

Quando o General Grant se tornou presidente em 1869, nomeou Parker como Comissário de Assuntos Indígenas, o primeiro nativo americano a ocupar esse cargo. Ele passou a vida unindo suas identidades como Sêneca e Estadunidense.

O fato de Higgins ter sobrevivido gerou muita polêmica entre os fãs italianos, já que ao final de O Juramento, a vingança de Tex havia se cumprido e a sobrevivência de Higgins distorce o final da história. Tex havia cravado uma lança no túmulo de Lilyth proferindo seu juramento de vingança, e que a lança nunca quebraria sem que ele a tivesse cumprido. No último quadro a lança se quebra mostrando que a vingança havia se realizado.

O público se dividiu entre os que acreditam que apenas os mandantes, Brennan e Teller mereciam a vingança de Tex, e outros que preferiam que todos os membros da gangue tivessem morrido. Venceu quem acha que se houver uma chance de alguém retornar para reviver uma boa aventura, que assim seja. Porém não é o que acontece.

Higgins volta magistralmente à trama, mas sua presença na história é mal aproveitada. Ele sequer tem um confronto direto com Tex, que é a expectativa gerada em toda a edição. O retorno de Higgins serve apenas para fazer uma grande homenagem à saga de Tex e tornar a Cavalgada do Destino algo mais especial. A questão dos cobertores infectados já oferece emoção o suficiente, se parar para pensar.

A história vale a pena especialmente pelo grandioso trabalho de Villa. Capista da série regular, mestre indiscutível dos quadrinhos, é sempre bom quando vemos uma história completamente desenhada por ele. E é algo que leva um bom tempo, a Cavalgada do Destino levou anos até sua conclusão. Sua arte, mais madura, tem o equilíbrio perfeito em servir o desenrolar da história e nos proporcionar incríveis quadros épicos.

Destaque importante para as cores de Matteo Vattani que realiza um incrível trabalho, especialmente no prólogo inicial, mostrando a poeira e o calor do deserto e ao final, na beleza e perigos assustadores da noite e da natureza. Se fosse impressa em outro papel, que não o offset, a edição ganharia ainda mais beleza e os desenhos e cores seriam mais valorizados. Na Itália, esta edição ganhou uma edição especial em formato maior, mas em preto e branco com mais páginas, repletas de textos extras.

Ao final, é uma história excelente em termos gráficos, mas com uma narrativa carente de melhor desenvolvimento, apesar da intenção de elevar o nível da história à mais um clássico de Tex.

 

Tigre Negro ataca novamente

A Editora Mythos anunciou para este mês de junho, Tex #656/21 que traz a história “O Tigre ataca outra vez”. Com roteiro de Mauro Boselli e arte de Andrea Venturi, o volume traz o primeiro capítulo de uma saga em quatro edições. Mas, vamos primeiro dar um longo passo para trás: no início da década de 1990.

Em Tex #381, publicado em julho de 1992 surgia o Tigre Negro na história “Il Regno del Silenzio”. História escrita por Claudio Nizzi com desenhos de Claudio Villa. O Tigre Negro é Sumankan, o Malaio, claramente inspirado no personagem Sandokan, O Tigre da Malásia. Personagem criado pelo italiano Emilio Salgari que deu origem a onze aventuras, a primeira publicada em 1883. Sandokan é um pirata do século XIX que combate o Império Britânico e a Companhia das Índias.

Já Sumankan, é um Príncipe exilado que decide fundar um império criminoso, para que um dia consiga reconquistar seu reino que foi perdido durante a luta contra os colonizadores europeus. Tex e Carson, claro, atrapalham e arruínam seus planos. Esta foi uma grande aventura que durou quatro edições. No Brasil, o Tigre Negro estreou em Tex #291, da Globo, em janeiro de 1994 e mais recente a aventura foi publicada completa em Tex: Os Fanáticos do Tigre Negro, pela Editora Panini em 2021.

Ao final da trama, que ainda contou com os desenhos de Fabio Civitelli e Andrea Venturi, o Tigre é atingido e cai nas pedras. O mistério que fica é: será que ele morreu?

Boselli dá continuidade ao trabalho de Nizzi nesta nova quadrilogia e confia novamente os desenhos a Andrea Venturi. O único dos três desenhistas disponível quando a história entrou em produção.

O início da trama já mostra que o Tigre está vivo e libertando alguns prisioneiros. (Isso não é Spoiler já que o título é: O Tigre Ataca Novamente). E logo em seguida é mostrado como ele conseguiu sobreviver (aqui sim, nada de spoilers por razões óbvias). Tex e os pards estão indo a Nova Orleans a pedido de Nat Mac Kennet para investigar alguns casos que envolvem os comparsas de Tigre.

Boselli joga várias peças de um quebra cabeça muito maior. Algo semelhante ao que fez na saga que envolvia Mefisto e Yama. São apresentados vários personagens-chave, como a bela Lohana tecendo intrigas e o velho Omoro se dedicando a rituais antigos.

A edição é permeada por uma profunda atmosfera onírica e teatral: o Tigre usa uma máscara e muitos personagens fingem ser algo que não são. Os leitores são envolvidos em tramas e mistérios, convidados a participar ativamente da investigação. Boselli explora, apesar de resgatar uma história antiga, algo novo das habituais histórias do ranger.

A edição já está em pré-venda no site da Editora Mythos. AQUI

 

Capas italianas das próximas edições da quadrilogia Tigre Negro.

Panini anuncia Tex O Retorno de Lupe

A Editora Panini anunciou para o mês de agosto o lançamento da edição Tex – O Retorno de Lupe, que fará parte da coleção Biblioteca Tex. A Editora já lançou até agora quatro volumes desta coleção e dois volumes de Tex Willer, todos em capa dura e formato americano. Mas diferente destas edições, onde todas são coloridas, O Retorno de Lupe será em preto e branco.

Publicada originalmente em 2017 na Tex #682 e #683, O Retorno de Lupe saiu no Brasil ainda em formatinho pela Editora Mythos em Tex #582 e #583 (A Prisioneira do Deserto), em 2018. Essas edições nunca foram publicadas em outro formato na Itália, somente na mensal. A Panini irá publicar em 224 páginas as duas edições que compõem a história completa.

Com roteiro de Mauro Boselli e desenhos de Alessandro Piccinelli, a capa é de Claudio Villa. Esta é mais uma aventura onde revisitamos antigos personagens do passado de Águia da Noite. Boselli, editor de Tex, criador da série Tex Willer Jovem, já havia recuperado figuras como Yama, Jehtro Stevens e chegou a vez de Lupe Velasco.

A mexicana foi criada por Gianluigi Bonelli e Aurelio “Galep”Galleppini nas primeiras histórias de Tex. Uma garota charmosa e determinada e segundo o próprio Tex, com uma “cabecinha maluca”, mas muito capaz de cuidar de si. Tex conheceu Lupe antes mesmo de encontrar seu grande amor, Lylith.

Uma das edições onde Lupe aparece pela primeira vez.

O que não se sabe é que após a morte de Lylith, Tex reencontrou Lupe. Este acontecimento ocupa quase inteiramente a primeira parte da história criada por Boselli, que remonta um período em que Tex retomou uma vida errante, indo em direção ao México. No presente, porém, a jovem Luz, filha de Lupe, é encontrada quase morta no deserto. Na segunda parte da história descobrimos que ela foi até Tex e seus pards para pedir ajuda em um assunto que diz respeito a Lupe, o que os leva a enfrentar um rancheiro que exerce seu poder com punho de ferro.

A primeira parte é ocupada por um longo flashback onde Tex conta aos curiosos pards seus momentos com Lupe, e a segunda parte acontece quase inteiramente no presente e mostra o que aconteceu com Lupe e seus filhos nos últimos anos. A obra de Boselli transita entre os diversos planos temporais sem causar dor de cabeça ao leitor e demonstra cuidado extremo e notável atenção à dinâmica entre os personagens.

Os filhos de Lupe, Ruben e Luz, tem um desenvolvimento muito bem construído. Mas o grande momento da história é o reencontro entre Tex e Lupe. A importância das figuras femininas também é ressaltado ao longo da trama, algo que Boselli regularmente traz em seus roteiros.

Sem sombra de dúvida os desenhos de Alessandro Piccinelli é decisivo para a história. Seu estilo satisfaz e entusiasma até os leitores mais exigentes e amantes de histórias clássicas. Piccinelli já provou que é herdeiro do inesquecível Gallieno Ferri em suas capas de Zagor. Em O Retorno de Lupe ele domina a história com seu traço, capaz de transmitir as emoções e a força das cenas criadas por Boselli.

Esta edição confirma, mais uma vez, que a série regular de Tex é garantia de qualidade, difícil de contestar, onde surgem grandes clássicos a todo momento.

 

Mythos organiza tarde de autógrafos com Pedro Mauro

A Editora Mythos realizará em sua loja em São Paulo, a Mundo Mythos, uma tarde de autógrafos com o desenhista brasileiro Pedro Mauro. O evento chamado “Café com Desenho na Mundo Mythos!” comemora o lançamento da Tex Especial Colorida #18, edição que traz a primeira história de Tex desenhada por um brasileiro.


Lançada em novembro de 2023 na Itália, a Color Tex #24 trouxe a história “Noite Longa em Cayote”, com roteiro de Mauro Boselli e desenhos de Pedro Mauro. Em 75 anos do personagem, essa foi a primeira vez que um brasileiro o desenhou para a Sergio Bonelli Editore. Tex foi criado por Gianluigi Bonelli e Aurelio Gallepini em 1948 e em 1951 já estava sendo publicado no Brasil.
De início era chamado Texas Kid na Revista Junior, que saia pelo jornal O Globo em formato tiras em talão de cheque. Desde 1971 é publicado ininterruptamente por quatro editoras diferentes, Vecchi, RGE, Globo e pela Mythos desde janeiro de 1999.

Página desenhada por Pedro Mauro.

Pedro Mauro iniciou a carreira na década de 1970 fazendo quadrinhos de faroeste para a Editora Taika. Depois migrou para o mercado publicitário retornando aos quadrinhos em 2014 onde, pela Editora italiana Sergio Bonelli desenhou duas edições de Adam Wild (no Brasil publicada pela Editora Saicã). Depois fez Mugiko (Trem Fantasma) e quadro episódios da série Primavera de 78 (Lorobuono Fumetti/Editora85), todas com roteiros de Gianfranco Manfredi.

Neste período ilustrou também um álbum da série “L´art du Crime”, de Marc Omeyer e Olivier Berlion para a Editora Glénat (França).
Entre 2017 e 2019, Mauro lançou independentemente a trilogia “Gatilho” (“Gatilho”, “Legado” e “Redenção”) com roteiro de Carlos Stefan. Em 2021, a trilogia foi lançada em cores pela Editora Pipoca e Nanquim em uma edição definitiva compilada. Também pela Pipoca repetiu a parceria com Manfredi em O Procurador (2022). Mauro também colaborou com sua arte para um projeto da DC, Batman: O Mundo, publicada no Brasil pela Panini Comics.
O convite para desenhar Tex veio do próprio editor italiano do cowboy, Mauro Boselli, onde, junto ao jornalista Thiago Gardinalli, Pedro Mauro foi até a sede da editora em Milão assinar o contrato.


A edição especial colorida de Tex, parada desde 2021, retornou em maio para trazer a história do brasileiro. Para comemorar, no dia 8 de junho, às 14h30, será realizado um café para recepcionar os leitores, editores e o desenhista na loja Mundo Mythos localizada na Galeria Ouro Velho, R. Augusta, 1371 – Sobreloja 01 – Consolação, em São Paulo.


Será disponibilizada para venda uma limitada edição com sobrecapa da Tex Especial Colorida #18, com uma arte única de Pedro Mauro e com espaço para autógrafos e sketches.

Artes Originais de Pedro Mauro para a edição. Fotos de Ricardo Elesbão:

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