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Tex – A Cavalgada do Destino

Atenção: Esta resenha está repleta de Spoilers.

Em maio foi publicada pela Editora Mythos Tex 655/20 – A Cavalgada do Destino. Edição com 132 páginas coloridas com argumento de Graziano Frediani, roteiro de Mauro Boselli e desenhos de Claudio Villa coloridos por Matteo Vattani. A edição original, publicada pela Sergio Bonelli Editore, #755 foi publicada em setembro de 2023, mês em que Tex comemorou 75 anos de publicação.

Cavalgada do Destino é uma aventura eletrizante em que Tex e os pards investigam o massacre de uma tribo indígena Cherokee. Um grupo de políticos interessados em tomar posse das reservas de petróleo, localizadas nas terras Cherokee os eliminam usando a tática de cobertores infectados. Isso lembra você de alguma coisa?

Sim! O Juramento.

Cavalgada do Destino é uma sequência direta de um dos maiores clássicos de Tex lançado em 1969 por Gianluigi Bonelli com desenhos de Aurelio Galleppini. A história narra a morte da esposa de Tex, Lilyth e a busca por vingança do ranger.

Em O Juramento, os empresários Brennan e Teller organizam um plano macabro, enviando para a reserva Navajo cobertores infectados de varíola, provocando uma epidemia na tribo. Os executores do plano são três indivíduos: Tucker, Sherman e Higgins. Tucker é morto pelos indígenas, Sherman abre o bico e conta quem são os mandantes, Tex o obriga a ir embora pelo deserto apenas com um cantil de água e uma pistola carregada com uma bala. Higgins é espancado e abandonado no deserto.

Teller morre em um tiroteio e Tex persegue Brennan até Nova Orleans onde o vilão acaba morrendo em um final épico. Esta história foi publicada pela Mythos na Coleção As Grandes Aventuras de Tex – A Morte de Lilyth, em 2019.

Em A Cavalgada do Destino, os pards são convocados por Ely Parker para investigar o caso da reserva Cherokee. Durante a investigação, Tex descobre que o autor do crime foi Higgins, o mesmo responsável pela epidemia da tribo Navajo e que Tex havia deixado “morrer” no deserto. Um dos membros do grupo que tem interesse nas reservas de petróleo Cherokee é o senador Kurtzmann, maior inimigo de Ely Parker.

Ely S. Parker

Ely S. Parker é um personagem real, viveu de 1828 a 1895. É um indígena do povo Sêneca. Formado em Engenharia, Ely foi comissionado como tenente-coronel durante a Guerra Civil Americana, quando serviu como ajudante e secretário do General Ulysses S. Grant. Foi ele quem escreveu a versão final dos termos de rendição dos Confederados em Appomattox. Mais tarde em sua carreira, Parker ascendeu ao posto de Brigadeiro-General Brevet.

Quando o General Grant se tornou presidente em 1869, nomeou Parker como Comissário de Assuntos Indígenas, o primeiro nativo americano a ocupar esse cargo. Ele passou a vida unindo suas identidades como Sêneca e Estadunidense.

O fato de Higgins ter sobrevivido gerou muita polêmica entre os fãs italianos, já que ao final de O Juramento, a vingança de Tex havia se cumprido e a sobrevivência de Higgins distorce o final da história. Tex havia cravado uma lança no túmulo de Lilyth proferindo seu juramento de vingança, e que a lança nunca quebraria sem que ele a tivesse cumprido. No último quadro a lança se quebra mostrando que a vingança havia se realizado.

O público se dividiu entre os que acreditam que apenas os mandantes, Brennan e Teller mereciam a vingança de Tex, e outros que preferiam que todos os membros da gangue tivessem morrido. Venceu quem acha que se houver uma chance de alguém retornar para reviver uma boa aventura, que assim seja. Porém não é o que acontece.

Higgins volta magistralmente à trama, mas sua presença na história é mal aproveitada. Ele sequer tem um confronto direto com Tex, que é a expectativa gerada em toda a edição. O retorno de Higgins serve apenas para fazer uma grande homenagem à saga de Tex e tornar a Cavalgada do Destino algo mais especial. A questão dos cobertores infectados já oferece emoção o suficiente, se parar para pensar.

A história vale a pena especialmente pelo grandioso trabalho de Villa. Capista da série regular, mestre indiscutível dos quadrinhos, é sempre bom quando vemos uma história completamente desenhada por ele. E é algo que leva um bom tempo, a Cavalgada do Destino levou anos até sua conclusão. Sua arte, mais madura, tem o equilíbrio perfeito em servir o desenrolar da história e nos proporcionar incríveis quadros épicos.

Destaque importante para as cores de Matteo Vattani que realiza um incrível trabalho, especialmente no prólogo inicial, mostrando a poeira e o calor do deserto e ao final, na beleza e perigos assustadores da noite e da natureza. Se fosse impressa em outro papel, que não o offset, a edição ganharia ainda mais beleza e os desenhos e cores seriam mais valorizados. Na Itália, esta edição ganhou uma edição especial em formato maior, mas em preto e branco com mais páginas, repletas de textos extras.

Ao final, é uma história excelente em termos gráficos, mas com uma narrativa carente de melhor desenvolvimento, apesar da intenção de elevar o nível da história à mais um clássico de Tex.

 

Dylan Dog, a depressão e o stalking

Novembro de 2023 chegava ao fim a Nova Série de Dylan Dog publicado pela Editora Mythos. A edição #32 trouxe a história “O Branco e o Preto”, escrita por Paola Barbato com desenhos de Corrado Roi, uma história de alto nível que só indicava que a coleção não deveria ter se encerrado ali. Este texto é mais uma análise da edição, por isso terá spoilers.

Dylan começa a enxergar estranhas manchas pretas, com frequência e cada vez maiores. Pontinhos no Groucho, no para-brisa do Maggiolinno, saindo da boca de sua namorada… A escuridão se espalha como um incêndio, mas apenas para Dylan, que permanece isolado e confuso. A realidade vai desaparecendo lentamente e Dylan perde todo o contato e fica sozinho na escuridão absoluta.

É quando ele encontra o Bicho Papão, personagem que Dylan já havia derrotado na edição #186 – O Homem Preto, ainda inédita no Brasil, escrita por Luigi Mignacco com desenho de Piero Dall’Agnol. Neste novo encontro, existe um enredo brilhante por si só, onde o bicho papão pede para que Dylan ensine o próprio filho a ser mais assustador e trabalhar melhor com seu ofício: apavorar. E também é explorada a questão de que a lógica neste mundo é totalmente invertida, tanto a questão da luz e escuridão, mas também nas palavras e sentimentos. Essa constância entre o branco e o preto e suas nuances é onde Corrado Roi brilha.

Dylan pergunta, “Então… Isso é o nada?” e o Bicho Papão responde: “Ah, não… Este é o tudo!”. Tudo é nada e nada é tudo e Dylan não consegue se libertar, o que nos leva a uma das premissas principais de O Preto e o Branco. Nos mostrar uma alegoria sobre a depressão.

A escuridão representa a irracionalidade e o branco a racionalidade. Dylan precisa lidar com seus medos para não se perder no branco, mas sem deixar-se dominar por eles para que eles não o devorem (pânico). Os conflitos que se seguem não são entre racionalidade e irracionalidade, mas sim entre emoções e sentimentos negativos e positivos, ou seja, entre dois elementos não racionais. Dylan se adapta ao mundo escuro evocando seus medos e depois enfrenta os monstros que ele invoca não com pensamentos racionais, mas com bondade, generosidade e risadas.

Dylan percebe que não consegue existir sem seus pesadelos, medos e fobias. Ele insiste em estabelecer um equilíbrio entre racionalidade e irracionalidade, medo e esperança. Para ele, são conceitos absolutos e imutáveis, e a estabilidade permanente pode ser alcançada dosando-os. Mas, na verdade, tudo é dinâmico e é impossível encontrar um equilíbrio. É impossível proibir ou evitar o medo, mas é possível superá-lo.

Dylan e seu maior medo

Barbato é uma das escritoras que melhor sabem escrever Dylan, depois claro, de Sclavi, o criador do Investigador do Pesadelo. Através de Dylan, sempre houve um forte comprometimento com as questões sociais, com histórias carregadas de mensagens sobre direitos, igualdade, paz, respeito aos animais… É sempre abordado um tema onde o leitor se pergunta, o que este tema significa pra si mesmo, e especialmente para Dylan Dog?

Em O Preto e o Branco, Barbato nos revela mais uma vez que um dos maiores medos do personagem é ser rejeitado, ficar sozinho. Especialmente pelas mulheres. Na história, o próprio Medo se personifica na forma de uma mulher.

Alegoria ao Stalker “perseguidor”

“A” Medo nos proporciona um diálogo muito interessante e terrível com Dylan: “Você me cortejou por muito tempo, às vezes com gentileza, outras vezes com veemência. Eu cedi, admito, e dançamos juntos muitas vezes”. Aqui, Barbato não está falando da relação de Dylan com um ser sobrenatural, mas sim das relações entre homens e mulheres.

Medo descreve as diversas formas como os homens se comportam como idiotas: “Você se tornou obsessivo, sufocante. Você sempre me procurava, em todos os lugares, sob qualquer pretexto… Se eu não chegasse imediatamente, você aumentava a dose, ia um pouco mais longe, cada vez mais, cada vez mais! Eu me tornei seu vício. Sua droga. E já é assim há tanto tempo que você começou a se acostumar. Quantas vezes você me desafiou? Quantas vezes você me forçou a ir até você? Eu nunca sou o suficiente para você, você me quer de novo e de novo! Você não é mais um amante, Dylan Dog. Você é um perseguidor.”

O comportamento possessivo mata o amor, que desaparece cada vez mais apesar da busca desesperada. Embora algumas mulheres também se comportem desta forma, a maioria dos homens com esse comportamento levam esta situação a pior das consequências: o feminicídio.

A Itália, assim como o Brasil, é um dos países que mais sofrem deste crime terrível. Em 2023 o país registrou 120 assassinatos de mulheres. Na última semana, um homem matou a mulher a facadas durante um jogo da Eurocopa entre Itália e Espanha. No Brasil os dados são ainda mais alarmantes. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2023 foram registrados 1.463 casos de mulheres que foram vítimas de feminicídio – ou seja, cerca de 1 caso a cada 6 horas. Esse é o maior número registrado desde que a lei contra feminicídio foi criada, em 2015.

Barbato nos mostra que perseguir, querer muito alguém nada tem a ver com amor: assim como o viciado em drogas Dylan não sente mais medo e os perseguidores não sentem mais amor. Tal como os stalkers, Dylan diz que não pode existir sem o objeto dos seus desejos: o medo. Por isso ele tem a profissão que exerce e o comportamento que tem.

O que se esconde debaixo da cama da história

No prefácio, Recchioni cita Coco Chanel, estilista que popularizou o uso de preto, antes utilizado apenas em ocasiões de luto e Corrado Roi cria o Bicho Papão inspirado no ser sobrenatural do filme de terror “O Babadook”, de Jennifer Kent, filme australiano de 2014. Falando em Roi, não é necessário dizer que seu trabalho é impecável, é o mestre do preto e branco e seus desenhos assustadores e oníricos tem o cenário perfeito nesta história.

No prefácio, Recchioni cita Coco Chanel, estilista que popularizou o uso de preto, antes utilizado apenas em ocasiões de luto e Corrado Roi cria o Bicho Papão inspirado no ser sobrenatural do filme de terror “O Babadook”, de Jennifer Kent, filme australiano de 2014. Falando em Roi, não é necessário dizer que seu trabalho é impecável, é o mestre do preto e branco e seus desenhos assustadores e oníricos tem o cenário perfeito nesta história.

No início da história, Groucho quebra a quarta parede quando Dylan se queixa dos pontos pretos que cobrem tudo e todos. Groucho diz: “A culpa é de quem nos desenha, ele sempre exagera com a tinta… Qual o problema, chefe? Você não entendeu a piada metatextual?”.

Dylan Dog – O preto e o branco é uma daquelas histórias que só poderia ser contada em um quadrinho, e em um quadrinho de Dylan Dog.

Julia retorna acompanhada de Myrna

No final de maio a Editora Mythos anunciou que vai retornar com a publicação de Julia – Edição Limitada, como costumava fazer. A série traz Julia desde o início em formato italiano sendo publicadas cinco edições por vez. A última leva foi em maio de 2023, onde foram lançadas as edições do número 31 ao 35.

Mesmo entrando no mês de junho, o anúncio da pré-venda das novas edições ainda não havia saído, gerando preocupação entre os fãs da criminóloga. Porém, em live realizada nesta quarta-feira (12) no canal Poptopia, a responsável pelo Marketing da Mythos, Joana Russo ressaltou que houve um atraso ao fechar o orçamento das edições, “mas elas devem entrar em pré-venda entre os dias 20 a 25 de junho”, explicou.

Julia nos últimos anos teve várias séries publicadas pela Mythos além do retorno da série regular em formato italiano. Já saíram duas Graphic Novels, dez Júlia Especial e a série que era publicada em formatinho passou a ser publicada em formato italiano em Júlia Nova Série com lançamento bimestral. A edição foi zerada e começou publicando a partir do número #200 italiano.

Segundo o cronograma publicado no Blog do Tex, que trouxe o planejamento editorial da Mythos para 2024, Julia Nova Série #25 era para ser publicada em abril, mas não foi. A editora em suas redes sociais ressalta que este cronograma pode sofrer alterações durante o ano. A previsão é de que a pré-venda de Júlia Nova Série #25 seja em julho para ser lançada em agosto, para assim não sobrecarregar os leitores.

Capa da edição #224 italiana, que será publicada em Julia Nova Série #25.

A republicação da série regular em formato italiano, chega às edições 36 a 40. Entre elas o tão aguardado retorno da grande vilã de Julia, Myrna Harrod e uma história que reimagina o clássico de John Ford, “Nos Tempos das Diligências” em um ônibus. Abaixo estão as edições que serão publicadas com breves sinopses.

Julia #36 – O Pequeno Ladrão

Roteiro de Giancarlo Berardi com arte de Marco Soldi e Laura Zuccheri

Skip é um menino diferente dos outros. Filipino, órfão, mora com um tutor que chama de “tio” Ernie, ex-ladrão que lhe ensina e o acompanha em ousados roubos a apartamentos. Em uma dessas incursões, Skip encontra um envelope com fotos… fotos que alguém está disposto a matar por elas. Pego em flagrante por maus elementos que estavam atrás das fotos, Skip consegue escapar deles, direto para os braços da Polícia.

Preso, Skip não fala nada, mas está em um lugar seguro pelo menos, já que os criminosos querem calar sua boca e recuperar o que perderam. Mas em breve, Skip irá conhecer um anjo da guarda, que lida com criminologia, toca piano nas horas vagas e atende pelo nome de Julia Kendall.

Curiosidade: A história de Skip ganha uma tensa continuação em Julia #147, Pequenos Ladrões, já publicada no Brasil em J. Kendall – Aventuras de uma Criminóloga #128, em 2017.

Julia #37 – Assassinos se aposentam?

Roteiro de Giancarlo Berardi e Maurizio Mantero com desenhos de Claudio Piccoli e Alberto Macagno.

Um idoso simpático, muito amável, que todas as manhãs cumprimenta sua esposa com uma rosa…recebe uma CARTA-BOMBA. Por quê?

Julia e o tenente Webb ao investigarem a explosão que custou a vida da esposa Lucy Bernstein e o desaparecimento do velhinho, Frank D’Angelo, seu marido, descobrem que as coisas não são tão simples. A chave para o caso está no passado de Frank, que, por ter uma vida aparentemente tão monótona, acaba dificultando montar esse quebra-cabeça que vai demandar muito empenho da nossa criminóloga.

Julia #38 – O Crime está no ar

Roteiro de Giancarlo Berardi com arte de Giancarlo Caracuzzo.

True Crime é uma febre, com um enorme público, mas nunca antes falar de crimes na TV foi tão real. Um assassino sofre um AVC na frente de milhares de telespectadores, uma morte inesperada, embora no momento e local ideal, em um programa de TV sobre crimes. O acontecimento causa enorme consternação entre o público e os participantes.

Para lidar com este caso ao vivo está o célebre apresentador Rod Givens, e entre os convidados está o tenente Alan Webb, o promotor público Robson e nossa criminóloga, Julia Kendall.

Julia #39 – Bem-vinda de volta, Myrna!

Roteiro de Giancarlo Berardi com desenhos de Laura Zuccheri

As três primeiras edições da série Julia Kendall nos apresentaram uma vilã envolvente e perturbadora. A serial killer Myrna Harrod. Após deixar um rastro de sangue, Myrna finalmente foi capturada, passou três anos em uma prisão de segurança máxima, mas, está de volta à ação. Nesta edição acompanhamos sua fuga e, mais cruel e perigosa do que nunca, buscando vingança contra sua velha amiga, Julia Kendall.

Julia #40 – Na estrada para Lordsburg

Roteiro de Giancarlo Berardi com desenhos de Maurizio Mantero

Julia e Emily estão viajando de ônibus com destino a Lordsburg, Novo México. Entre os passageiros está uma mulher no nono mês de gravidez, um senhor idoso e perplexo na companhia de sua esposa. Uma jovem meticulosa, ainda solteira e vários exemplos da raça humana. Até que dois assaltantes em fuga, acabam matando um policial e sequestram este ônibus, na tentativa de se livrarem dos problemas, porém transformam a viagem em um inferno.

Esta história é uma reimaginação do clássico de John Ford, “No tempo das diligências” (1939), que por sua vez é baseado no conto “The Stage to Lordsburg” (1937), de Ernest Haycox.

 

Tigre Negro ataca novamente

A Editora Mythos anunciou para este mês de junho, Tex #656/21 que traz a história “O Tigre ataca outra vez”. Com roteiro de Mauro Boselli e arte de Andrea Venturi, o volume traz o primeiro capítulo de uma saga em quatro edições. Mas, vamos primeiro dar um longo passo para trás: no início da década de 1990.

Em Tex #381, publicado em julho de 1992 surgia o Tigre Negro na história “Il Regno del Silenzio”. História escrita por Claudio Nizzi com desenhos de Claudio Villa. O Tigre Negro é Sumankan, o Malaio, claramente inspirado no personagem Sandokan, O Tigre da Malásia. Personagem criado pelo italiano Emilio Salgari que deu origem a onze aventuras, a primeira publicada em 1883. Sandokan é um pirata do século XIX que combate o Império Britânico e a Companhia das Índias.

Já Sumankan, é um Príncipe exilado que decide fundar um império criminoso, para que um dia consiga reconquistar seu reino que foi perdido durante a luta contra os colonizadores europeus. Tex e Carson, claro, atrapalham e arruínam seus planos. Esta foi uma grande aventura que durou quatro edições. No Brasil, o Tigre Negro estreou em Tex #291, da Globo, em janeiro de 1994 e mais recente a aventura foi publicada completa em Tex: Os Fanáticos do Tigre Negro, pela Editora Panini em 2021.

Ao final da trama, que ainda contou com os desenhos de Fabio Civitelli e Andrea Venturi, o Tigre é atingido e cai nas pedras. O mistério que fica é: será que ele morreu?

Boselli dá continuidade ao trabalho de Nizzi nesta nova quadrilogia e confia novamente os desenhos a Andrea Venturi. O único dos três desenhistas disponível quando a história entrou em produção.

O início da trama já mostra que o Tigre está vivo e libertando alguns prisioneiros. (Isso não é Spoiler já que o título é: O Tigre Ataca Novamente). E logo em seguida é mostrado como ele conseguiu sobreviver (aqui sim, nada de spoilers por razões óbvias). Tex e os pards estão indo a Nova Orleans a pedido de Nat Mac Kennet para investigar alguns casos que envolvem os comparsas de Tigre.

Boselli joga várias peças de um quebra cabeça muito maior. Algo semelhante ao que fez na saga que envolvia Mefisto e Yama. São apresentados vários personagens-chave, como a bela Lohana tecendo intrigas e o velho Omoro se dedicando a rituais antigos.

A edição é permeada por uma profunda atmosfera onírica e teatral: o Tigre usa uma máscara e muitos personagens fingem ser algo que não são. Os leitores são envolvidos em tramas e mistérios, convidados a participar ativamente da investigação. Boselli explora, apesar de resgatar uma história antiga, algo novo das habituais histórias do ranger.

A edição já está em pré-venda no site da Editora Mythos. AQUI

 

Capas italianas das próximas edições da quadrilogia Tigre Negro.

Mythos organiza tarde de autógrafos com Pedro Mauro

A Editora Mythos realizará em sua loja em São Paulo, a Mundo Mythos, uma tarde de autógrafos com o desenhista brasileiro Pedro Mauro. O evento chamado “Café com Desenho na Mundo Mythos!” comemora o lançamento da Tex Especial Colorida #18, edição que traz a primeira história de Tex desenhada por um brasileiro.


Lançada em novembro de 2023 na Itália, a Color Tex #24 trouxe a história “Noite Longa em Cayote”, com roteiro de Mauro Boselli e desenhos de Pedro Mauro. Em 75 anos do personagem, essa foi a primeira vez que um brasileiro o desenhou para a Sergio Bonelli Editore. Tex foi criado por Gianluigi Bonelli e Aurelio Gallepini em 1948 e em 1951 já estava sendo publicado no Brasil.
De início era chamado Texas Kid na Revista Junior, que saia pelo jornal O Globo em formato tiras em talão de cheque. Desde 1971 é publicado ininterruptamente por quatro editoras diferentes, Vecchi, RGE, Globo e pela Mythos desde janeiro de 1999.

Página desenhada por Pedro Mauro.

Pedro Mauro iniciou a carreira na década de 1970 fazendo quadrinhos de faroeste para a Editora Taika. Depois migrou para o mercado publicitário retornando aos quadrinhos em 2014 onde, pela Editora italiana Sergio Bonelli desenhou duas edições de Adam Wild (no Brasil publicada pela Editora Saicã). Depois fez Mugiko (Trem Fantasma) e quadro episódios da série Primavera de 78 (Lorobuono Fumetti/Editora85), todas com roteiros de Gianfranco Manfredi.

Neste período ilustrou também um álbum da série “L´art du Crime”, de Marc Omeyer e Olivier Berlion para a Editora Glénat (França).
Entre 2017 e 2019, Mauro lançou independentemente a trilogia “Gatilho” (“Gatilho”, “Legado” e “Redenção”) com roteiro de Carlos Stefan. Em 2021, a trilogia foi lançada em cores pela Editora Pipoca e Nanquim em uma edição definitiva compilada. Também pela Pipoca repetiu a parceria com Manfredi em O Procurador (2022). Mauro também colaborou com sua arte para um projeto da DC, Batman: O Mundo, publicada no Brasil pela Panini Comics.
O convite para desenhar Tex veio do próprio editor italiano do cowboy, Mauro Boselli, onde, junto ao jornalista Thiago Gardinalli, Pedro Mauro foi até a sede da editora em Milão assinar o contrato.


A edição especial colorida de Tex, parada desde 2021, retornou em maio para trazer a história do brasileiro. Para comemorar, no dia 8 de junho, às 14h30, será realizado um café para recepcionar os leitores, editores e o desenhista na loja Mundo Mythos localizada na Galeria Ouro Velho, R. Augusta, 1371 – Sobreloja 01 – Consolação, em São Paulo.


Será disponibilizada para venda uma limitada edição com sobrecapa da Tex Especial Colorida #18, com uma arte única de Pedro Mauro e com espaço para autógrafos e sketches.

Artes Originais de Pedro Mauro para a edição. Fotos de Ricardo Elesbão:

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