A Itália foi um dos países mais atingidos pela Covid-19, logo, prejudicando economicamente a Sergio Bonelli Editore fazendo com que os planos de publicações sejam muito bem avaliados no futuro. Ao que tudo indica, uma das edições que não terá mais continuidade, devido ao custo e às baixas vendas são as edições encadernadas coloridas de Tex Willer. São edições encadernadas que compilam as aventuras do jovem Tex com mais de 250 páginas vendidas especialmente em livrarias.
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Por: Ricardo Elesbão Alves (Confraria Bonelli) e Renato Frigo (Colecionadores de HQs)
Em 1970 vivíamos anos de chumbo no Brasil da Ditadura Militar. As bancas de revistas eram repletas de gibis de cowboys pasteurizados, desenhados com traços limpos e atitudes pudicas, derivados de “Faroestes B” dos cinemas e das séries pueris da TV, aqui difundidas desde a década de 1950.
Então, de repente, surgiu um menino, Pedro Mauro, com seus faroestes estampando aventuras e cenários realistas, rudes e poeirentos, com personagens sujos e sarcásticos, mocinhas lindas com jeito de hippie. E mexicanos, muitos mexicanos. Tal qual nos filmes Spaghetti Western que tomava as salas de cinema naqueles anos, formando uma nova legião de público. Pancho foi o herói apresentado por Pedro Mauro. Na verdade, um anti-herói, porque não se importava em ser bom nem justo. Mas apreciava uma vingança e não tolerava hipocrisia. Filosofia dos protagonistas dos demais bangue-bangues do artista.

Lamentavelmente a nona arte perdeu hoje um mago dos pincéis, aquele que emprestava as cores de suas aquarelas, verdadeiras pinturas, aos quadrinhos. Capaz de se deslocar dos Apeninos ao velho oeste americano, contava habilmente as grandes aventuras e as pequenas histórias. Nos deixou nesse dia 14 de abril de 2020, aos 63 anos, o desenhista e ilustrador italiano Sergio Tisselli. Bolonhês, nascido em 24 de janeiro de 1957, como muitos dos grandes artistas dos quadrinhos, dedicou parte de seu tempo aos personagens da Sergio Bonelli Editore. No final dos anos 90, com Lucio Filippucci, criou capas de Martin Mystère, o que parecia ser o prelúdio para seu desembarque nas páginas de Dylan Dog, mas não se sentiu confortável com o Detetive do Pesadelo. Foi então que, com uma história de Pasquale Ruju, estreou oficialmente na Editora com Tex.