A Red Dragon Publisher está com campanha no Catarse para o lançamento da 2ª edição de Lilith. A cronoassassina irá se aventurar na Guerra Civil Norte-Americana, navegará com Vikings até Vinland (a América Pré-Colombiana) e assumirá a identidade de Sun Wukong (o Rei Macaco), durante a segunda guerra sino-japonesa e o massacre de Nanjing.
Ao lado a primeira edição de Lilith que pode ser adquirida pelo site da Red Dragon Publisher, AQUI.
As viagens temporais de Lilith é o que mais chama atenção para este sucesso da Sergio Bonelli Editore criado por Luca Enoch, que escreve, desenha e é o capista da série completa em 18 volumes. Quem jogou o game da Ubisoft Assassin’s Creed irá se identificar muito com este quadrinho. Lilith é uma jovem de vinte e poucos anos que tem uma missão: salvar a humanidade de um parasita alienígena.
Para isso ela foi criada e treinada desde pequena para ser uma assassina do tempo (ou uma cronoassassina), ela é enviada de volta ao passado para rastrear algumas pessoas infectadas pelo parasita. Seus alvos são os portadores inconscientes desse organismo vegetal alienígena, o Triacanto. Ela quer cortar as linhas de ancestralidade do Triacanto antes que ele possa sair de controle e destruir a humanidade.
O segundo volume que será lançado pela Red Dragon trará os volumes 4, 5 e 6. A campanha no Catarse para o lançamento deste volume chegou a 50% da meta e precisa ser batida para termos mais Lilith em 2020.
Os fatos históricos abordados por Enoch em Lilith são o grande diferencial desta série. Ele toca na ferida de acontecimentos espinhosos, como podemos ver abaixo quando ele aborda o Massacre de Nanjing ou Nanquim.
Segue abaixo a sinopse de cada aventura de Lilith e curiosidades sobre o período histórico que a personagem participa:
Cavalgando com o Diabo – Vol.4
Lilith está escondida entre os Confederados conduzidos pelo Capitão de Guerrilha William Quantrill. Ela acorda à deriva nas águas do Rio Mississipi, no meio da Guerra Civil Americana. Seguindo os rastros do Triacanto, navega rio acima alcançando a área de fronteira entre o Missouri, um estado secessionista e o abolicionista Kansas.
Esta “linha sangrenta” é percorrida pelas grupos confederados, que lutam ferozmente uma guerra de guerrilha contra as tropas regulares da União. Lilith deve encontrar o “portador” entre os homens de Willian Quantrill, uma das gangues mais infames dos “rebeldes” confederados. Lilith cruza com personagens lendários como Bloody Bill Anderson e os irmãos Frank e Jesse James.
Fato histórico: Cavalgando para o inferno
Os Quantrill Raiders eram os mais conhecidos guerrilheiros confederados que lutaram na Guerra Civil Americana. O líder era William Quantrill (foto à esquerda) e contava também com Jesse James e seu irmão Frank, como já mencionado acima. O evento mais sangrento envolvendo os Raiders foi o Massacre de Lawrence em 21 de agosto de 1863. Lawrence era conhecida como a fortaleza das forças anti-escravidão no Kansas.
Semanas antes ao ataque, o general da União Thomas Ewing Jr. Ordenou a detenção de qualquer civil que apoiasse os Raiders e vários parentes dos guerrilheiros foram detidos em uma prisão improvisada em Kansas City. Em 14 de agosto o prédio desabou, matando quatro jovens e ferindo gravemente várias pessoas. Entre os mortos estava Josephine Anderson, irmã de “Bloody Bill” Anderson. Outra irmã de Anderson ficou aleijada. Tudo isso enfureceu os homens de Quantrill.
Com 450 guerrilheiros, Quantrill atacou a cidade, a deixando em chamas e matando 150 homens e meninos capazes de carregar um rifle. Em retaliação a invasão, o general Ewing ordenou que três condados e meio do Missouri ao longo da fronteira do Kansas fossem desocupados. Milhares de civis tiveram que abandonar suas casas. As tropas da União os perseguiram, queimando prédios, incendiando plantações e abatendo gado para privar os guerrilheiros de comida e apoio. Os Quantrill Raiders tiveram que passar o inverno com as forças confederadas ao sul.
O Manto do Urso – Vol.5
Lilith começa sua caçada nas terras congeladas da Groenlândia, no final do século 11, onde Erik “O Vermelho” fundou um assentamento islandês. Lilith encontra seu alvo, mas quando ele foge, a garota é forçada a navegar em uma longa e perigosa viagem em direção à costa americana, chamada pelos normandos de Vinland, a doce terra ao sul, onde a uva selvagem cresce espontaneamente. Lilith navega ao lado de heróis das famosas sagas nórdicas como Leif “O Afortunado”, filho de Erik, o primeiro europeu a pisar no Novo Mundo. E também encontra os Skraeling, os nativo americanos. Lilith vai em direção ao sul até alcançar o “coração das trevas”, onde seu alvo se refugiou com seus companheiros.
Fato Histórico: Mais rápido que Colombo
Leif Eiríksson chegou à América do Norte por volta do ano 1000. E Vinland, segundo alguns historiadores significa Vin – Vinhas, Land – Terra ou seja, Terra dos Vinhas. Leif primeiro achou a Helulândia (“Terra das Rochas lisas”), seguiu para o sul e achou a Marclândia (“Terra das Florestas”), até finalmente chegar à Vinlândia. Estabeleceram então uma base de inverno chamada Leifsbudir. Uma ocupação precária, mas é considerada o primeiro contato de colonizadores Europeus com a América, 500 anos antes de Cristóvão Colombo e Cabral.
Leif chegou a fazer contato com os habitantes nativos, os índios americanos, chamando-os de Skraelings, que significa selvagens ou estrangeiros. A convivência com os índios foi pacífica e Leif fundou o povoado de L’Anse aux Meadows que tinha uma população de cerca de trinta pessoas. Voltou para sua terra para trazer mais pessoas, mas descobriu que seu pai havia morrido e teve que assumir a responsabilidade do vilarejo de Brattahlid na Groenlândia.
As pessoas continuaram a chegar ao povoado até que no ano de 1012 os índios invadiram e destruíram todas as casas. Algumas dessas casas sobreviveram e foram encontradas cerâmicas vikings em 1962, o que provou de fato a existência desta lenda.
O Rei dos Macacos – Vol.6
No final de 1937, durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa, as forças japonesas conquistam Nanjing, na época capital da China – o início de um período de terror que durará vários meses. Lilith chega até Nanjing em busca do espiromorfo e para cumprir sua missão ela precisará vestir as roupas de Sun Wukong, o charmoso rei dos macacos, herói de uma famosa saga folclórica.
Ao lado, apresentação no Teatro Chinês usa mesmo figurino que Lilith usa para representar Sun Wukong. O Rei Macaco ou Sun Wukong, é um dos principais personagens da novela épica clássica chinesa chamada de Jornada ao Oeste. Nessa história, ele é companheiro do monge Xuanzang numa viagem para recuperarem escritos budistas que estavam na Índia. A lenda do Rei Macaco foi a base para que Akira Toriyama cria-se Dragon Ball (imagem abaixo).
Fato Histórico: Episódio brutal da invasão do Japão à China
Enoch usou a lenda do Rei Macaco para dar um alívio à trama, pois o Massacre de Nanquim ou Nanjing, que aconteceu de 1937 a 1938, onde cerca de 260 mil pessoas morreram foi brutal. Vinte mil mulheres foram estupradas e mortas, incluindo meninas com menos de dez anos. O evento ainda hoje é traumático para chineses e polêmico para japoneses.
A China estava em guerra civil desde 1926, entre nacionalistas e comunistas (liderados por Mao Tsé-Tung). Por ser um país enfraquecido, algumas regiões eram controladas por potências estrangeiras. O Japão dominava a Manchúria e avançou sobre o território chinês quando viu que os nacionalistas estavam se preparando para confrontá-lo.
Em 1937, os japoneses atacaram a costa da China e conquistaram Xangai. Morreram 250 mil chineses e 40 mil japoneses. Os chineses fugiram para Nanquim, destruindo no caminho campos de arroz e tudo que pudesse ajudar as tropas japonesas.
Em 5 de dezembro o Japão cercou a capital e entrou na cidade. O general Tang Shengzhi, comandante das tropas chinesas em Nanquim, recrutou 100 mil soldados tentando evitar o avanço japonês e após oito dias de violentos embates, os japoneses derrubaram as defesas da capital.
O general japonês Asaka Yasuhiko ordenou a execução de todos os prisioneiros de guerra. Separaram civis, militares, homens e mulheres. Torturaram, enforcaram e fuzilaram os soldados. Massacraram os civis na rua. Alguns se refugiaram em templos, mas foram pegos mesmo assim. Os japoneses conduziram os cidadãos a uma cratera em uma pedreira. Enfileiraram todos e abriram fogo. Muitos caíram ainda vivos, e os soldados procuraram sobreviventes para executá-los.
O horror piorou sob o comando do general Iwane Matsui. Decapitação virou um esporte. Via-se quem era mais rápido e mais preciso no corte. Contavam quem matava mais bebês e arrancava mais fetos da barriga das mães. Penduravam cabeças para não perder a conta e davam os corpos a cães vira-latas, mais famintos do que nunca naquele momento. Para completar, praticaram vivissecção, ou seja, dissecar a pessoa ainda viva.
Mas o pior estava guardado para as mulheres. Arrastaram mães, solteiras e adolescentes para caminhões para transformá-las em escravas sexuais. Muitas delas, que os japoneses chamavam de “mulheres de conforto”, foram exportadas como escravas para os 2 mil bordéis militares que o Japão havia espalhado pelo continente asiático.
Em dois meses, poucos restaram de pé. Os japoneses ainda espancaram, afogaram, queimaram e fuzilaram os cidadãos. Enterraram crianças vivas. Observadores internacionais falavam de pilhas de cabeças e corpos espalhados na rua. Entre as milhares de mulheres estupradas, muitas foram violadas por grupos, mutiladas, mortas e largadas à vista, para aterrorizar quem ainda estava vivo.
O governo chinês continuou fugindo até a derrota final, em 1938. O Japão dividiu a China em estados fantoches e manteve a política expansionista. Tentou invadir a Rússia, sem sucesso, tomou Hong Kong e Xangai e atacou a base de Pearl Harbor, levando o país – e os Estados Unidos – à 2ª Guerra Mundial.
Os japoneses cometiam tantas atrocidades que até mesmo os nazistas pediram para eles evitarem tantos massacres. Existem muitas imagens do massacre de Nanjing no Google, mas as imagens são horríveis para serem colocadas aqui.
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