Reencontrando com Martin Mystère

Trilha pra você escutar enquanto lê:

Em março retorna mais um grande sucesso da Bonelli às bancas brasileiras. Martin Mystère, o Detetive do Impossível pela Editora Mythos. A primeira edição chega no final de março em formato italiano Bonelli.

 

Muito mais que apenas histórias de um Antropólogo Aventureiro, Martin Mystère é um portal para histórias da própria humanidade, porque Alfredo Castelli, o criador desta série Bonelli, é um gênio. Imagino que ao começar a escrever uma história de Martin, Alfredo se enche de milhares de referências, estudos, embasamento profundo sobre os assuntos abordados.

Se fala sobre o Reino perdido de Atlântida? Está lá em uma simples história em quadrinhos muitas informações fruto de pesquisas importantes. Uma história sobre o Rei Arthur? Tome mais uma porrada de estudos e aprendizados que o leitor receberá sem querer, pois estará se divertindo com Martin Mystère!

Criado em 1982 por Alfredo Castelli (acima), um experiente roteirista de quadrinhos que já havia trabalhado com Diabolik, Mickey, Zagor, Mister No, Corriere dei Ragazzi, entre outras, Alfredo deu vida à Martin Mystère, um gênio e herói. Em sua carteira de trabalho consta: professor, pesquisador, antropólogo de fama internacional, escritor e apresentador de TV. Martin é como indiana Jones, ao invés do conforto de um escritório, analisando algum objeto, ele mergulha de cabeça em aventuras em busca de Mistérios.

Mystère tem como parceiro um homem de Neanderthal, Java, encontrado em uma de suas aventuras e sua eterna noiva Diana Lombard.

Giancarlo Alessandrini foi quem idealizou graficamente Mystère, o fazendo com as feições de um Brick Bradford mais velho. Brick Bradford era uma hq da década de 1930 publicada pela King Features. No Brasil foi publicada com o nome de Dick James.

Alessandini trabalhou em várias histórias e também fez capas para a série. Castelli ainda está a frente das histórias de seu personagem, revezando-se poucas vezes com outros autores como Pierfrancesco Prosperi, Tiziano Sclavi e Alessandro Chiarolla.

Mystére é um grande sucesso da Sergio Bonelli Editore desde seu início. Além da série regular, o herói tem como publicações Martin Mystère Special (Anual), Gigante (Anual) e Martin Mystère: Almanacco del Mistero (Anual). Tem também a republicação da série regular em Tutto Mystére que iniciou em 1992.

Chegou a ganhar uma famosa série de desenhos animados que passou na Rede Globo, ao estilo de Três Espiãs Demais. Porém apesar de ter Mystère mais jovem, Java e Diana, a série nada se compara aos quadrinhos.

Martin Mystère é um verdadeiro “tudólogo”: é laureado em antropologia, fez diversas especializações (arqueologia, história da arte, cibernética) e é também um profundo conhecedor da chamada “cultura de folhetim”, Martin adora deixar seus interlocutores espantados com sua sabedoria, mas é uma personagem que está longe de ser um pedante ou vaidoso acadêmico. Por um certo período viveu em um monastério tibetano, onde aprendeu diversos segredos esotéricos e ganhou o místico “terceiro olho”. Seus estudos e pesquisas seguem por caminhos costumeiramente esnobados e ridicularizados pela ciência oficial.

Quadrinhos e Conhecimento

Como já mencionado antes, as histórias de Mystère são altamente criativas, com temas que passeiam pela literatura, história, geografia, antropologia e sociologia. Cada episódio é fonte de informações dos mais variados tipos. Castelli é um ótimo contador de histórias e sua base é muito culta, com interesses em diversas áreas de conhecimento, sempre preocupado em detalhar fatos e acontecimentos dando suporte, credibilidade e fundamentação científica às histórias.

O ritmo da história torna-se lento, porém a trama nos mantém presos para saber o desfecho em cada edição. A maioria dos leitores acaba concluindo que a persistência vale a pena e a quantidade de conhecimento adquirido pela leitura de Martin Mystère é incrível.

No Brasil

A Editora Rio Gráfica foi a primeira a trazer Martin ao Brasil publicando treze números de 1986 a 1988. Em seguida veio a Record com dezessete números de 1990 a 1992, além de um crossover com Dylan Dog. Na Editora Globo, Martin apareceu no Especial Fumetti: O melhor dos quadrinhos italianos, em 1993.

O personagem foi publicado pela Editora Mythos de 2002 a 2006 em 42 números mensais. O formato foi o mesmo de Tex, menor.

Mystère foi publicado também nas seis edições de Tex e os Aventureiros, em 2005.

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  1. Li pela primeira vez Martin Mistère há poucos meses, através de uma antiga edição encontrada num sebo aqui de Goiânia (Martin Mistère #5 – Record – 1991). As histórias são realmente acima da média e com várias referências históricas. Estou correndo atrás de mais edições antigas para recuperar o tempo perdido e, obviamente, irei colecionar essa nova série da Mythos…

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