Histórias de Tex por gênero: Passado de Tex e seus Pards

Antes de começar aperte o Play nesta trilha de Red Dead Redemption e animar a leitura:

Olá a todos!

Vamos para mais um compilado de ótimas histórias de Tex por gênero. Desta vez vamos destacar algumas das principais edições do Tex Mensal que falam de seu passado e de seus companheiros.

Pra quem perdeu, a última relação foi sobre CIDADES. Confira AQUI.

Fiquem atentos que as histórias estão relacionadas pelo original italiano, já que tirei esta lista do site http://texwiller.forumcommunity.net/, mas deixei ao lado de cada uma, onde as histórias saíram no Brasil pela primeira vez.

Vamos lá!

Tex n. 007 – Il Patto di Sangue (Pacto de Sangue)

Publicado no Brasil na edição n. 94 – O Pacto de Sangue (Editora Vecchi)

Roteiro de Gianluigi Bonelli, desenhos e capa de Aurelio Gallpepini

Esta com certeza é uma das mais importantes histórias de Tex e a partir desta se tem uma das bases para o personagem seguida por todos os roteiristas seguintes de Tex. Pacto de Sangue nada mais é do que O Casamento de Tex, onde o justiceiro solitário passou a respeitado ranger e pai de família.

Investigando tráfico de armas, Tex é encurralado pelos índios Navajos. Desesperado em tentar fugir, Tex acaba perdendo a consciência e é capturado. Acorda amarrado no poste dos martírios, pronto para o sacrifício quando Lírio Branco, filha do chefe Flecha Vermelha intervém invocando o Pacto de Sangue e salva Tex propondo ao chefe se casar com o homem branco. Não deixando claro se por piedade ou amor, Tex, sem opção melhor, aceita.

A cerimônia de casamento inclui o ritual de cortar os pulsos e misturar os sangues, selando assim a união.

A edição mostra ainda como Tex conseguiu a confiança dos Navajos, de inimigos a fieis admiradores. Tex, usando o acampamento Navajo como base e vestindo uma máscara e traje preto, faz incursões letais contra os traficantes de armas liderados por Jerry Stone. É aqui que Tex ganha o nome indígena Águia da Noite e a honra de se tornar chefe da tribo. Lilyth (Lírio Branco), acaba se apaixonando por Tex e este sentimento é correspondido.

No Brasil, a capa da edição n. 94 da Editora Vecchi, publicada em dezembro de 1978, foi desenhada pelo brasileiro Watson Portela. Ela chamava bastante atenção para o casamento de Tex. A republicação, na 2ª edição saiu em 1983, porém a Editora Vecchi já enfrentava uma grave crise financeira e estava a beira de fechar as portas.

A Vecchi chegou a publicar a 2ª Edição n. 94, porém a história Pacto de Sangue ficou pela metade e a editora não publicaria mais Tex depois dela. A Rio Gráfica e Editora assumiu Tex e a solução encontrada foi publicar uma edição n.94A (Imagem acima). Chegava então no final de 1983, Tex 2ª Edição 94A, concluindo Pacto de Sangue, com uma arte exclusiva de Galep na capa. Esta que acabou se tornando um dos itens mais raros da coleção texiana no Brasil.

Tex n. 012 – Il figlio di Tex (O Filho de Tex)

Publicado no Brasil pela primeira vez em Tex Coleção n. 21 – O Filho de Tex (Editora Globo)

Roteiro de Gialuigi Bonelli. Desenhos e capa de Aurelio Galleppini

Esta é a primeira aventura de Kit Willer, filho de Tex com Lilyth que ganhou o nome em homenagem ao seu padrinho, Kit Carson. O pequeno Kit já havia feito uma aparição quando tinha apenas um ano na edição Tex n. 10 (Il Tranello) publicada no Brasil em Tex Coleção n. 17 – A Cilada. Em uma cena cômica ele consegue acertar o chapéu de Carson com uma flecha.

Após ficar órfão de sua mãe, Tex enviou Kit para estudar na missão de Santa Anita. A intenção dos pais era que ele seguisse carreira militar. Mas Kit, mais inclinado à vida selvagem do que a monotonia da cidade, prefere voltar para a reserva Navajo e seguir os passos do pai, se tornando um ranger.

Na edição n. 12, O Filho de Tex, Kit participa de uma perigosa missão junto ao pai, Kit Carson e Jack Tigre, seu mentor, que ensinou tudo que Kit sabe pois ficava com na reserva Navajo enquanto seu pai e Carson viajavam a trabalho. Pequeno Falcão, nome indígena que Kit ganhou, ajuda a frustrar um plano contra a Companhia Ferroviária ordenado por Black Sam e a Gangue dos Encapuzados.

É uma história fundamental na saga de Tex, pois o jovem Kit torna-se oficialmente um dos pards. Em alguns momentos da história, o jovem ofusca Tex, provável que de forma intencional por Gianluigi Bonelli, que queria apresentar o personagem. Ele se tornou tão popular, que chegou-se a cogitar uma série própria para Kit Willer, mas a ideia foi abandonada.

Nesta edição temos um salto de 8 anos na história de Tex. Sabemos o que Kit fez nestes anos, estudou e depois retornou à reserva Navajo, o que permanece em branco até hoje é o que Tex fez durante todo este tempo? Alguns flashbacks deste período vem e vão, como em Conspiração contra Custer, os Lobos Vermelhos e certamente em El Muerto.

Aqui é a primeira história que Kit Carson aparece com cabelos brancos, ou cinza. E é aqui que Bonelli traz a primeira trama envolvendo a expansão ferroviária pelo oeste. O enredo não é particularmente original, no entanto, as reviravoltas e os momentos dramáticos chamam a atenção.

Tex n. 083 – Il Passato di Tex (O Passado de Tex)

Publicado no Brasil em Tex n. 23 – Vingador e Justiceiro (Editora Vecchi)

Roteiro de Gianluigi Bonelli e desenhos de Aurelio Galleppini, Virgilio Muzzi e Guglielmo Letteri. Capa de Aurelio Galleppini.

 

Em torno da fogueira, Tex conta a seus pards sobre seu passado, desde quando era um rapaz que vivia com o pai e o irmão em um rancho do Texas até se tornar um fora-da-lei. Na aventura, Tex conta como o pai morreu, conta quem o ensinou a atirar, revela como foi o primeiro contato com os rurales mexicanos, detalhes dos tempos em que era o Rei do Rodeio e também o trágico episódio que marcou para sempre a sua vida: o assassinato de seu irmão Sam.

Aqui entendemos porque por um período Tex procurado pela lei. É emocionante ver onde ele morava quando garoto e como adquiriu a habilidade com as armas. Depois da morte do pai, Tex vai em busca dos seis assassinos com a ajuda de Gunny Bill. Depois deixa o rancho da família nas mãos do irmão. Tex vira um cowboy de rodeio, o que dura uma média de três anos onde Tex foi de cidade em cidade com o show.

Até que seu irmão Sam é morto e ele parte mais uma vez em busca de vingança. Vemos aqui um Tex enfurecido contra Tom Rebo e seus capangas, culpados pela morte de Sam. O Xerife Mallory, cúmplice de Rebo faz com que Tex vire um fora-da-lei, espalhando rumores falsos sobre nosso herói.

A história deixa muitas lacunas que estão sendo preenchidas hoje em dia. Mauro Boselli por exemplo escreveu O Magnífico Fora da Lei, para o Tex Gigante, história que parte do exato momento da primeira tira de Tex, sendo perseguido como fora-da-lei.

Tex n. 104 – Il Giuramento (O Juramento)

Publicado no Brasil na edição n. 43 – O Juramento de Vingança (Editora Vecchi)

Roteiro de Gialuigi Bonelli. Desenhos e Capa de Aurelio Galleppini.

 

Em um dia distante, mas impossível de esquecer, um terrível juramento ecoou em frente ao túmulo de Lilyth. Águia da Noite finca uma lança no túmulo da amada, prometendo que sua esposa seria vingada!

Tex conta a história para seu filho Kit, onde anos antes, para se vingar de Tex, dois negociantes, Brennan e Teller junto a outros inescrupulosos bandidos espalham varíola na reserva Navajo. Lilyth junto a outros índios, morrem em decorrência da terrível doença.

Vemos a fundo a alma de Tex, no começo com lágrimas, entristecido, um homem apaixonado e marido dedicado e depois se torna o executor e vingador do Povo Navajo! Tex promete uma vingança sangrenta com sentimentos profundos e palavras poderosas.

Se quando perdeu o pai e o irmão, Tex transformou imediatamente sua dor em ação para obter sua vingança, com a morte de Lilyth fica em silêncio por longos minutos, até explodir em raiva. “Que o Céu e o Inferno testemunhem, e as estrelas da noite e a imensa escuridão do infinito. A partir deste momento eu serei a vingança implacável que segue os passos dos nossos inimigos!”, após um silêncio Tex fala, “Agora chegou a hora de agir!”

Bonelli escreve magistralmente mais uma peça do mosaico do passado de Tex, mostrando o amor de Tex por sua esposa em todas as páginas. A única mulher de sua vida, agora destroçado e endurecido.

A cadeia de vingança inicia e se fecha duas décadas mais tarde, nas águas do Delta do Mississipi.

Simplesmente imperdível!

Tex n. 385 – Furia Rossa (Fúria Vermelha)

Publicado na edição n. 295 – Fúria Vermelha (Editora Globo)

Roteiro de Claudio Nizzi. Desenhos de Giovani Ticci. Capa de Aurelio Galleppini.

 

Esta edição é focada em Jack Tigre. Tex narra a história de quando Taniah, futura noiva de Tigre é sequestrada pelos índios Utes e vendida aos comancheros de Cárdenas em troca de armas e Whisky. O Navajo parte em uma busca desenfreada por sua amada e mata rapidamente os sequestradores chegando logo em seguida na trilha dos traficantes. Descobre que mudaram de direção e se dirigem para Santa Fé. Willer segue a trilha de sangue deixada por Jack Tigre. Em Santa Fé, o orgulhoso guerreiro se vê em perigo após encontrar os capangas de Cárdenas e somente a intervenção de Tex pode salvá-lo da morte.

Jack Tigre é um índio “que fala pouco, mas age muito”, segundo Tex na primeira aparição do Navajo em “A quadrilha dos Dalton” (Tex Coleção 15. Editora Globo). Esperto, rápido e certeiro com o arco e flecha, Tigre manuseia com maestria seu rifle Winchester e também sabe todos os truques dos índios, recorrendo a eles nas ocasiões mais inusitadas, quer seja para derrotar um facínora ou mesmo para salvar os companheiros da sombra da morte.

Companheiro fiel de verdade, o silencioso Tigre esteve sempre presente nos momentos difíceis da vida de Tex, como naquele em que os assassinos de Arkansas Joe sequestraram Kit Willer, ainda um menino de cerca de 7 anos, e o levaram para o Canadá (Tex Coleção n. 19. Editora Globo); ou no momento em que o ranger soube da morte de sua doce e adorada Lírio Branco e deflagrou o juramento de vingança (Tex 43 a 45).

Tex e Tigre não se conheceram na reserva Navajo, mas sim nesta aventura contada por Tex, Fúria Vermelha. Esta história mudou completamente a personalidade de Tigre, de alegre, brincalhão surgiu um personagem reservado, sério e contemplativo.

Tex n.407 – Il passato di Carson (O Passado de Carson)

Publicado na edição n. 317 – O Passado de Kit Carson (Editora Globo)

Roteiro de Mauro Boselli. Desenhos de Carlo Raffaele Marcello e capa de Claudio Villa.

 

Boselli traz uma das melhores e mais aclamadas histórias da saga texiana. No estado de Montana, sobreviventes de uma terrível quadrilha conhecida como “Os Inocentes”, se reúnem após vinte anos de separação com o objetivo de se vingar de seu antigo chefe (xerife Ray Clemonds) que os traiu no passado. Tex e seu filho Kit vão a Tucson se encontrar com Carson.

Mas em Tucson, um dos elementos da quadrilha reconhece Carson e tenta acabar com ele. Carson enfrentou “Os Inocentes” no passado e acaba descobrindo que seus elementos planejam se reunir em Barrock. Sem esperar Kit e Tex, parte sozinho para esta cidade. Tex e Kit chegam na cidade e vão também para Barrock e no caminho Tex conta ao filho todos os acontecimentos do passado de Carson, quando ambos ainda não se conheciam.

Aqui Mauro Boselli iniciou sua brilhante carreira junto à Tex, mostrando-se profundo conhecedor do personagem, seus coadjuvantes e do mundo em que Tex vive. Além de uma intriga que passa por romance, amizade, ódio, vingança, traição e coragem. Um clássico!

Um roteiro narrativo moderno, com personagens femininas poderosas, Tex com menor protagonismo. Enfim, uma aventura que marcou a longa trajetória de Tex e adaptou o personagem aos novos tempos, com argumentos mais densos e menos maniqueístas, mas nunca tirando os valores da série.

Tex n. 452 – Il ritorno del Morisco (O Retorno de Morisco)

Publicada no Brasil em Tex n. 367 – O Retorno de El Morisco (Mythos Editora)

Roteiro de Claudio Nizzo e Mauro Boselli. Desenhos de Andrea Venturi e Guglielmo Letteri. Capa de Claudio Villa.

 

Egito, primeira metade do século XIX. Três egiptólogos, incluindo um jovem estudante de medicina chamado Ahmed Jamal, entram no túmulo do sacerdote egípcio Akhran e encontram seu túmulo vazio. Alguns momentos depois, eles são atraídos por gritos desumanos e encontram uma estátua quebrada, pegadas no chão e os porteiros egípcios estrangulados.

Aparentemente, a múmia recuperou a vida!

Vários anos depois, Ahmed Jamal, que agora usa o nome de Morisco, recebe uma carta de um dos seus antigos amigos aventureiros que lhe informa que a múmia Akhran está no México. Enquanto isso, Tex e Carson estão ajudando um antigo ranger, Jesse Hawk, ex-parceiro de Carson, que está tentando recuperar os filhos de Don Octavio, sequestrados por Juan Raza. Um mestiço, inimigo de Jesse. Raza é contratado pela perigosa seita de Horus, um grupo de fanáticos egípcios que querem reviver seu mestre Akhran e marcham pelo deserto junto aos filhos de Don Octavio com Tex, Carson e Hawk em seus calcanhares.

Morisco e seu ajudante Eusebio, atormentado pelo seu passado e particularmente pela bela Nephret, a garota que ele amou na juventude e agora pertencente à seita de Horus, irá de encontro aos nossos heróis na cidade de Durango e todos irão convergir até o Pico Del Diablo para o clímax dramático da história.

História muito bem construída por Boselli, que viaja com duas tramas paralelamente que se encontram no final. Além de ser mais uma bela reconstrução do passado de um personagem, desta vez El Morisco.

Tex n. 511 – Ritorno a Culver City (Retorno a Culver City)

Publicado no Brasil em Almanaque Tex n. 25 e Tex Ouro n. 85 – Retorno a Culver City (Editora Mythos)

Roteiro de Claudio Nizzi. Desenhos de Fabio Civitelli. Capa de Claudio Villa.

Um juiz, vítima de uma doença incurável e às portas da morte, pede a Tex que salve seu filho adotivo que se encontra preso em Culver City, acusado de ter assassinado Joe Rebo, filho de Tom Rebo, assassino do irmão de Tex, Sam Willer. Tex então, volta a Culver City, disposto a enfrentar seu passado, mas também um presente bem diferente do que aparenta.

Tex e seu filho, Kit são os protagonistas da história. Eles visitam o velho rancho dos pais de Tex e os locais onde o nosso herói passou a infância junto ao irmão. Tex relembra também quando vingou em busca de justiça a morte de seu irmão pelas mãos de Tom Rebo.

Nizzi e Civitelli homanegeiam o passado da série, ao modo como G.L. Bonelli fazia um Tex mais durão. A trama é um legítimo western com muita ação, armadilhas, chantagem e corrupção.

Vemos aqui um Tex justiceiro e implacável, mas também sensível à memória de seus entes queridos, como mostrados magistralmente por Civitelli nas páginas 28 e 29.

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Menção Honrosa.

Fora das mensais, não podemos deixar de citar Tex Anual 19.

 

Maxi Tex n. 21 – Nueces Valley

Publicado no Brasil em Tex Anual n. 19 – O nascimento de um herói

Roteiro de Mauro Boselli. Desenhos de Pasquale Del Vecchio e capa de Claudio Villa.

A história nos leva à origem definitiva de Tex. Quando seus pais, junto às caravanas dos pioneiros se dirigiram até o Vale Nueces para começar vida nova.

Protegidos pelo Mountain Man, Jim Bridger e como suas vidas voltaram a se encontrar nos anos seguintes e no presente. A história é magnífica! Mostra Tex e sua família e também um Tex vaqueiro em uma grande aventura para levar gado até San Francisco.

 

Viva Bonelli!

 

 

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  1. Paulo Texeira Sousa

    Fantástico sua narraçao amigo, a história desse quadrinho de Tex Willer e seus Pards marcou minha infância e de muitas geraçoes em todo o planeta . Parabéns por sua colaboraçao em nos passar seus conhecimento sobre essa maravilhosa saga de Tex Willer e seus amigos. Abraço e sucesso.

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